10.3.4. Plural dos nomes
Plural dos substantivos
Embora tenha apenas as formas singular e plural, quanto à flexão, a Língua recorre, quando necessário, aos nomes numerais para dar a ideia da quantidade exata.
A forma singular nem sempre abrange um só indivíduo. Repare-se no singular muita oliveira e no coletivo olival. Singular e plural chegam mesmo a ser formas recíprocas que se correspondem, como se pode constatar neste exemplo com duas frases que são logicamente iguais:
a guerra faz muita vítima
as guerras fazem muitas vítimas
Regras gerais
1. Nos nomes terminados em vogal, acrescenta-se «s» ao singular:
boi, bois; casa, casas; corpo, corpos; monte, montes; pau, paus
2. Os nomes terminados no ditongo «ão» formam o plural:
coração, corações; faisão, faisões; leão/leoa, leões; mandrião/mandriona, mandriões
cão, cães; alemão, alemães
cidadão/cidadã, cidadãos; irmão/irmã, irmãos; órgão, órgãos
3. Se o substantivo termina em vogal nasal, em que a nasalização é representada pela consoante «m», esta letra passa a «n» no plural:
imagem, imagens; jardim, jardins; trem, trens
4. Aos nomes terminados em «n», «r», «s» ou «z» acrescenta-se «es» para a formação do plural:
deus, deuses; glúten, glútenes; luz, luzes; mar, mares
5. Os substantivos terminados em «al», «el», «ol» ou «ul» fazem o plural substituindo o «l» por «is»:
material, materiais; papel, papéis; lençol, lençóis; paul, pauis
6. Os nomes terminados no singular em «il» tónico formam o plural substituindo o «l» por «s»:
funil, funis; gentil, gentis
7. Os nomes terminados em «il» átono formam o plural, normalmente, substituindo o «il» por «eis», também átono:
dócil, dóceis; grácil, gráceis; projétil, projéteis
8. Os substantivos terminados em «x» formam o plural mudando esta consoante em «ces» ou acrescentando «es»:
córtex, córtices; índex, índices; telex, telexes; fax, faxes
9. Alguns substantivos empregam-se só no plural:
alvíssaras, arredores, núpcias, víveres
10. Outros apenas se empregam no singular:
ignorância, plebe, pudor
Plural dos nomes compostos
1. Os nomes compostos, quando não ligados por hífen, formam o plural apenas no último elemento:
malmequeres, claraboias, varapaus
2. Nos nomes compostos de dois substantivos ligados por hífen, denotando o segundo uma noção complementar de fim, semelhança, etc., só o primeiro elemento vai no plural:
escola-modelo, escolas-modelo; projeto-piloto, projetos-piloto; valor-limite, valores-limite
3. Nos compostos de dois substantivos, ambos os elementos se usam no plural:
mestre-escola, mestres-escolas; couve-flor, couves-flores
4. Nos compostos de substantivo e adjetivo, em que os elementos do composto não dependem de um acento tónico principal, ambos os elementos se usam no plural:
capitão-mor, capitães-mores; Estado-Membro, Estados-Membros
5. Nos compostos de adjetivo e substantivo, em que os elementos do composto não se encontram subordinados a um acento tónico principal, ambos os elementos se usam no plural:
gentil-homem, gentis-homens
6. Nos nomes compostos que têm um substantivo no plural, o primeiro elemento fica invariável quando se faz o plural:
o troca-tintas, os troca-tintas; o guarda-joias, os guarda-joias
7. Nas palavras compostas de verbos e substantivos, só este vai para o plural:
guarda-portão, guarda-portões; guarda-sol, guarda-sóis
8. Se o primeiro elemento é invariável ou é um prefixo, só o segundo vai para o plural:
sempre-noiva, sempre-noivas; vice-presidente, vice-presidentes
9. Quando uma preposição liga os componentes, só o primeiro elemento toma a forma do plural:
pão de ló, pães de ló; ervilha-de-cheiro, ervilhas-de-cheiro